CAMPEÃ FREIO DE OURO 1994
CAMPEÃ FREIO DE OURO 1996
CAMPEÃ FREIO DE OURO 1998
CAMPEÃ FREIO DE OURO 2005
CAMPEÃ FREIO DE OURO 2007
A paixão por cavalos acompanha o octogenário Daniel Anzanello desde a infância, quando era colono no interior de Veranópolis, no Rio Grande do Sul, e a vontade de montar era saciada apenas no lombo de mulas. Trocou a dureza da lida na roça por ofícios urbanos, mas o antigo entusiasmo não foi esquecido. Em Porto Alegre, vendeu bilhetes da loteria federal e, aos poucos, foi comprando ações de bancos, até amealhar capital que o permitiu adquirir uma propriedade em São Lourenço do Sul na virada das décadas de 1960/1970.
De volta ao convívio com o ambiente rural, presenteou com as primeiras éguas crioulas o filho José Antônio, que então completava 15 anos e até hoje, aos 49, o acompanha na administração das fazendas e da manada. Era a origem do criatório da Cabanha Santa Edwiges, a maior vencedora dos 30 anos do Freio de Ouro, seis vezes no lugar mais alto do pódio, sempre com animais nascidos em casa – seja identificados em nome do pai ou do filho no ranking da ABCCC. Para Daniel, não há segredo na fórmula do sucesso:
— É só fazer tudo simples e bem feito.
Uma originalidade da Santa Edwiges adotada como princípio foi não ter sangue Hornero na cavalhada. José Antônio explica que a postura teve somente o objetivo de se posicionar no mercado do crioulo como uma alternativa genética para a maioria da cabanhas, onde predominam descendentes da linhagem considerada a mais importante da raça.
— Achavam que éramos loucos, mas deu certo. É o nosso diferencial. Cavalo sem sangue Hornero com performance no Freio é basicamente aqui — observa José Antônio.
A equação do êxito da cabanha, no entanto, não se resume ao esmero na seleção genética e conta o talento de outra figura decisiva. Todas as vitórias tiveram Milton Castro nas rédeas das éguas vencedoras, o que o torna também o ginete com o maior número de títulos na competição.
— O Milton veio trabalhar com a gente pela segunda vez em 1993, depois de uma curta passagem entre 1989 e 1990, e no ano seguinte já conquistamos o primeiro freio — conta José Antônio, que nunca esquece de reconhecer o papel do colaborador no desempenho da cabanha, desde a escolha dos melhores animais ainda potrinhos, passando pela doma e o treinamento dos exemplares com potencial.
Além das escolhas genéticas e do treinamento, um detalhe pode fazer toda a diferença para qualquer criatório que busque resultados, assinala José Antônio. A paixão pelo cavalo, impulso para o início de toda cabanha, não pode preponderar quando o dever é sempre obter uma geração melhor do que a outra.
— Como o cavalo é apaixonante, não se pode deixar ser levado pela emoção no momento de tomar decisões — sentencia.
Na trajetória da Santa Edwiges no Freio chama a atenção o fato de todas as conquistas serem obtidas com fêmeas. A curiosidade é explicada pela estratégia comercial de vender os machos. Somente de uns anos para cá a cabanha se voltou a correr também com machos. Neste ano, por exemplo, vai à final com Feriado de Santa Edwiges, sob o comando do ginete Milton Castro.
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