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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Porque os cavalos desenvolvem Aerofagia?

Mudança de hábitos: O animal em sua vida natural, solto a pasto, passa cerca de 70% do tempo comendo. O restante do tempo ele passa interagindo com outros animais, andando de um lugar para outro no pasto a procura de boas pastagens, bebendo água e dormindo. Quando o homem domesticou e confinou o eqüídeo dentro de baias, este animal passou a comer grandes quantidades de capim de uma só vez e depois não ter nada o que fazer, o que leva o cavalo à um processo de tédio, então ele passa a morder tudo que vê pela frente.Os melhores métodos de evitar e amenizar aerofagia são:
*Colocar o animal em companhia de outros em piquete.
*Aumentar o número de exercícios, mas sem excessos.
*Fornecer mais feno ou gramíneas pouco picadas.
*Ou seja, manter o animal ocupado por mais tempo.

Aerofagia: não deixe seu cavalo engolir o ar...

O problema faz com que ocorra desgaste irregular dos dentes, redução na ingestão de alimentos, perda de peso, deformidade na musculatura do pescoço, desconforto abdominal, entre outras conseqüências.

O confinamento do eqüino, uma necessidade para algumas formas atuais de sistemas de criação, aliado ao seu emprego em atividades físicas, sabidamente leva a inúmeros distúrbios físicos que podem gerar graves conseqüências. Menos estudados, mas não menos importantes, os distúrbios comportamentais podem levar a queda de desempenho e lesões deletérias aos animais.

Dentre os vícios, ou comportamentos anormais, que os eqüinos desenvolvem, o hábito de engolir ar, conhecido tecnicamente como aerofagia, faz com que ocorra desgaste irregular dos dentes, redução na ingestão de alimentos, perda de peso, deformidade na musculatura do pescoço, desconforto abdominal, entre outras conseqüências.
Esse tipo de comportamento anormal pode estar relacionado à condição entediante a que esses animais são submetidos, pela observação de outros animais que realizam aerofagia ou por descoberta acidental ao brincar com a boca apoiada em alguma superfície fixa e rígida, como no cocho, porta de baia ou cerca. Esse ato passa então a ocupar boa parte do tempo que poderia ser destinado ao exercício ou pastoreio, e é por esse motivo que a observação desse tipo de alteração de comportamento em animais mantidos em baias é mais comum que naqueles soltos a pasto. Contudo, a ocorrência desse tipo de distúrbio em potros soltos com a mãe e outros animais em piquetes extensos, sugere que o ato de engolir ar possa trazer algum tipo de "diversão" ou distração aos animais, e não estar apenas relacionado a uma condição de estresse.
Antes que se torne um vício, o animal deve ser desencorajado a realizar o movimento que permite a deglutição de ar. É claro que de forma ideal deve-se começar pela identificação de algum fator estressante, o qual deveria ser eliminado. Quando não há essa identificação, ou na impossibilidade de correção, deve-se partir para o uso de colares que inibem a flexão do pescoço, por serem posicionados justos sobre a laringe e musculatura cervical anterior. Esse tipo de colar é confeccionado geralmente em couro, contendo uma parte metálica que é posicionada na porção ventral da laringe, abaixo da ganacha. A manutenção desse colar permite a ingestão de água e alimentos, mas inibe a aerofagia, desde que esteja com aperto adequado, pois o colar colocado de forma frouxa não corrige a aerofagia, e muito apertado pode causar prejuízo à deglutição de alimentos ou mesmo à respiração. Isso deve ser feito o quanto antes para que ofereça algum resultado, e alguns animais conseguem manter a aerofagia mesmo usando colares adequados e bem posicionados.
As principais conseqüências desse desvio comportamental são o ruído persistente causado pela deglutição, a diminuição da ingestão de alimentos, a hipertrofia da musculatura esternocefálica, nesse caso mais como prejuízo estético, e os danos causados aos objetos utilizados como apoio.
As principais complicações são o desgaste irregular dos dentes, a perda de peso, cólicas por gastrite ou dilatação gástrica, que podem se complicar, e a queda de desempenho.
O tratamento cirúrgico também é descrito e realizado com bons resultados em muitos casos, contudo, deve ser considerado como última opção, na tentativa de manutenção das atividades do animal e redução dos riscos relativos às complicações da aerofagia.
Há várias técnicas descritas para o tratamento cirúrgico. A mais empregada atualmente é preferencialmente realizada com o paciente sob anestesia geral e consiste basicamente de remoção de parte da musculatura cervical ventral associada à retirada de um segmento de nervo nessa região. O objetivo é evitar o tracionamento da laringe que ocorre durante a flexão do pescoço, impedindo o deslocamento do palato e deglutição do ar. Apesar de ser relativamente simples e apresentar bons resultados, a realização da técnica demanda uma grande incisão e, conseqüentemente, um pós-operatório cuidadoso para evitar complicações com a ferida cirúrgica, o que muitas vezes desanima o proprietário a optar pelo tratamento cirúrgico. Há que se considerar ainda os custos envolvidos, reservando essa alternativa a animais de elevado valor que não responderam à terapia conservadora.

Como na grande maioria das doenças, a prevenção e a detecção precoce do problema são as chaves para atingir bons resultados na criação e trabalho com os eqüinos.


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